A alta do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) superou expectativas em fevereiro, alcançando 0,87%, pressionada pelo aumento significativo nos preços do café, tanto no atacado quanto no varejo.

A alta do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) subiu bem mais do que o esperado em fevereiro para 0,87%, depois de ter avançado 0,53% no mês anterior, com pressão maior do café tanto no atacado quanto no varejo.
O IGP-10 acumula em 12 meses um avanço de 8,35%, de acordo com os dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). A expectativa em pesquisa da Reuters para a leitura mensal era de desaceleração para um avanço de 0,25%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10), que mede a variação dos preços no atacado e representa 60% do índice geral, teve alta de 1,02% em fevereiro.
Matheus Dias, economista do FGV IBRE, destacou que a reversão do movimento de desaceleração foi evidente, afetada pela queda nos preços de commodities significativas. “Parte desse movimento se deve ao café (em grão) e ao café moído, que tiveram aumentos marcantes em fevereiro; os bovinos também se destacaram”, disse.
Enquanto o café em grão avançou 9,90% em fevereiro, o café torrado e moído disparou 17,68%, e os preços dos bovinos ganharam 3,30%, segundo os dados da FGV. No Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que responde por 30% do índice geral, o aumento foi de 0,44% no mês.
A alta do IPC foi influenciada pelos reajustes nas mensalidades escolares e no transporte público. Assim como observado nos preços ao produtor, o café para os consumidores também registrou um aumento significativo.
A alta do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) foi de 0,55% em fevereiro, após uma alta de 0,74% em janeiro, refletindo desafios econômicos em várias frentes. O IGP-10 reflete a variação de preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o período de 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.