Empresas estão ampliando a instalação de equipamentos de segurança, enfrentando lacunas na legislação e preocupações sobre a privacidade. A segurança pública e os riscos decorrentes se tornam temas cada vez mais debatidos na sociedade.
Pouco antes de se aproximarem do ciclista Vitor Medrado, nas proximidades do Parque do Povo, no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo, duas pessoas em uma motocicleta foram flagradas por uma câmera de segurança. Instantes depois, eles assassinariam o professor de ciclismo.
As imagens foram registradas por um totem de vigilância da startup de segurança privada Gabriel, que já conta com mais de 3 mil câmeras na capital paulista. A sensação de segurança prometida por essas empresas tem levado a um crescimento expressivo na contratação de serviços de segurança, especialmente em condomínios de bairros variados.
Expansão das câmeras em São Paulo
Os totens de vigilância são instalados majoritariamente em calçadas ou muros de condomínios, com preços que variam significativamente. As capturas feitas pela Gabriel são utilizadas em milhares de ocorrências criminais, resultando em muitas prisões em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A falta de regulamentação específica sobre a instalação desses equipamentos gera discussões entre especialistas sobre seus impactos urbanísticos e de privacidade, enquanto a prefeitura busca parcerias com empresas do setor, como o projeto Smart Sampa.

Regulamentação e privacidade
A prefeitura de São Paulo considera os totens como parte do mobiliário urbano e exige aprovação para instalação em espaços públicos. Contudo, empresas como a Gabriel avançam em locais sem a devida autorização, despertando questionamentos sobre segurança e cidadania.
O debate também abrange a proteção de dados, visto que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estipula que o uso de imagens deve ser feito com o consentimento dos indivíduos, complicando a situação em áreas públicas onde as câmeras estão constantemente gravando.