Marcos Mendes, economista especializado em finanças públicas, argumenta que a falta de compromisso do governo com ajustes fiscais e os interesses individuais dos parlamentares complicam a situação econômica. Conheça suas reflexões sobre essa questão.
Para o economista Marcos Mendes, a situação complexa da economia brasileira é resultado de um poderoso executivo que, mesmo disposto a realizar ajustes fiscais, enfrenta resistência no Congresso. “Um governo sem a convicção para implementar essas mudanças encontrará ainda mais dificuldades”, afirma ele, referindo-se ao cenário atual.
Em um debate recente, Mendes participou do programa Stock Pickers, onde discutiu a necessidade de uma reforma política que elimine interesses individualizados, os quais, segundo ele, impactam negativamente na política econômica. O economista destaca que o modelo atual, que premia candidatos mais votados, fomenta um sistema que prioriza a atuação isolada em detrimento de decisões coletivas.
Ele alerta que a adoção de R$ 50 bilhões em emendas parlamentares é algo sem precedentes em qualquer lugar do mundo, ressaltando a distorção que isso causa na escolha pública e a ampliação do lobby. Mendes insiste que uma mudança de mentalidade é essencial para reconsiderar a forma como os parlamentares são eleitos e a composição das bancadas partidárias.
Com o Congresso fragmentado, torna-se praticamente impossível estabelecer um discurso econômico coerente e um programa de ajustes efetivo. Mendes sugere que a reforma política deve ser uma prioridade para garantir um desenvolvimento econômico sustentável no Brasil.