Ministros do governo Lula estão aumentando seus salários através de jetons, com alguns recebendo até R$ 257 mil por ano em honorários adicionais.
Quatro ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebem salários extras por participarem de conselhos fiscais de empresas públicas do Sistema S. O pagamento desses honorários, conhecido como jetom, é feito a outros quatro membros do primeiro escalão, totalizando oito ministros que recebem valores extras.
Apesar da obrigação de informar os valores de remuneração em formato aberto, como prevê a Lei de Acesso à Informação, as entidades do Sistema S não disponibilizam integralmente os rendimentos de seus conselheiros. Procuradas, essas instituições não se manifestaram, e os ministros que recebem os jetons também não responderam.
Os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) participam do conselho fiscal do Sesc, onde Padilha recebeu R$ 257 mil em 2024 por participação em duas reuniões. No Senac, Marcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Camilo Santana (Educação) constam como conselheiros, mas apenas os valores de Macêdo são fornecidos, totalizando R$ 129 mil em salários extras em 2024.
A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu que esses pagamentos não estão sujeitos ao teto remuneratório do serviço público, atualmente de R$ 46 mil, permitindo que ministros acumulem funções como conselheiros.
No total, há dez ministros com assentos em conselhos de instituições, sendo que oito recebem remunerações adicionais. Essa prática não é exclusiva do Executivo federal, pois também ocorre em níveis estaduais.