O cheque, um meio de pagamento tradicional, enfrenta um declínio dramático, com uma queda de 95% no seu uso nas últimas três décadas. O que isso significa para os consumidores e comerciantes que ainda dependem dele?
O cheque, uma forma de pagamento que já foi comum no Brasil, agora se vê à beira da extinção. Com uma queda de 95% no uso nos últimos 30 anos, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), ele se tornou cada vez mais raro em transações financeiras. Muitas vezes considerado um símbolo de status no passado, o cheque não consegue mais acompanhar a evolução dos métodos de pagamento digitais, como o Pix, que vem ganhando popularidade rapidamente.
A realidade do cheque hoje
Em 2024, o Brasil contabilizou apenas 137,6 milhões de cheques usados, uma redução drástica em comparação aos 3,3 bilhões registrados em 1995. Dados do Banco Central indicam que a maioria dos usuários está concentrada nas regiões Sudeste e Sul, sendo 70% deles homens. A economista Carla Beni, da Fundação Getulio Vargas, ressalta que, em muitas áreas, especialmente em cidades pequenas, o uso do cheque ainda persiste devido à confiança entre emissores e receptores.

Além disso, o cheque ainda é preferido por alguns comerciantes que buscam evitar taxas de cartão de crédito, além de permitir o parcelamento sem a necessidade de um crédito pré-aprovado. A possibilidade de emitir cheques pré-datados apresenta um apelo econômico para muitos empresários, que conseguem programar pagamentos sem comprometer o limite dos cartões.
Com o cheque se afastando do cotidiano financeiro do brasileiro, muitos questionam: até onde irá esse meio de pagamento? As instituições bancárias têm mostrado uma tendência a não promover mais os cheques, refletindo a diminuição da demanda e uma maior ênfase em métodos mais eficientes e sustentáveis.