A discussão sobre a regulamentação da inteligência artificial (IA) tem ganhado destaque global, com iniciativas como as da União Europeia inspirando legislações no Brasil. O debate no Mobile World Congress refletiu preocupações sobre inovação e ética.

A criação de regras e definição de diretrizes adequadas para o uso de inteligência artificial (IA) têm sido um elemento-chave no pensamento político global nos últimos anos. Exemplo recente talvez mais proeminente, a regulamentação dessa tecnologia adotada pela União Europeia (UE), a primeira em grande escala no mundo, inspirou, inclusive, o projeto de lei brasileiro 2.338/2023, que dispõe sobre o uso da IA no País.

Durante o Mobile World Congress (MWC) deste ano, especialistas debateram as implicações de um ambiente regulamentado para a inovação nos países. Claudia Nemat, membro do conselho administrativo da Deutsche Telekom, destacaram a necessidade de investimentos de capital privado e público e a importância de um ecossistema vibrante de inovação.

Richard Benjamins, CEO da RAIGHT.ai, defendeu que a ética na IA deve evoluir de uma abordagem defensiva para uma focada em gerar impactos positivos. Ele argumentou que a adoção de uma abordagem responsável no início do processo pode ser mais eficiente e menos custosa.

Francisco Montalvo Abiol, da Telefonica Tid, expressou preocupação de que a antecipação das regras possa limitar a inovação, enquanto Nia Castelly, chefe jurídica da Checks, comentou sobre a responsabilidade das empresas em construir e implantar tecnologia de maneira ética.

O debate em torno da governança da IA é complexo e envolve múltiplas vozes, refletindo a necessidade de colaboração entre governos e empresas para um futuro sustentável e inovador.

Executivos debatem no painel quem são os atores para a construção de uma IA responsável (crédito: Caio Fulgêncio)